sábado, 23 de junho de 2012

Por que filmes baseados em jogos de video-game são horríveis?


Já falei anteriormente que a grande maioria da produção cinematográfica é produzida tendo como bases material realizado por outras mídias. Em especial, com a adaptação de literatura de ficção (acredite em mim, tive que queimar uns dois neurônios para encontrar este termo), mas praticamente qualquer coisa é adaptada ao cinema com sucesso, biografias, quadrinhos, series de tv, peças teatrais, desenhos animados e as famigeradas histórias reais. Então, onde reside a dificuldade em se adaptar os jogos de video-game?

Talvez, seu primeiro impulso seja dizer que estou dizendo algum tipo de absurdo. Que existem filmes adaptados de jogos de video-game que são muito bons. Pois é, antes de começar a escrever esta postagem, eu pretendia escrever uma outra com as melhores adaptações para o cinema. Vamos dar uma olhada na lista que consegui: Prince of Persia, Resident Evil, Terror em Silent Hill, Resident Evil - Extinção e Hitman. Agora, caso você considere um desses filmes algo mais que medíocre, tenha certeza que temos diferenças irreconciliáveis quando o assunto é cinema (para dizer o mínimo). Imagine que essa pequena lista contém apenas as pérolas do gênero, inclua agora bobagens como Lara Croft, Doom, Super Mario Bros, Street Fighter, Mortal Kombat ou Double Dragon. Acho que você conseguiu entender meu ponto.

Quando olhamos para o tipo de material que é adaptado, não fica muito difícil imaginar o que acontece com esta categoria de filme. Todos os outros materiais usados têm como função primordial contar uma história, mesmo peças teatrais baseadas no diálogo contam em sua essência uma história. Porém, jogos de video-game estão focados em entreter. De modo que, a maioria sequer possui uma história e naqueles em que há uma história, esta é tão pouco desenvolvida que não possui elementos suficientes para serem adaptados. Assim, durante a adaptação, os responsáveis pelo filme acabam em um imenso dilema uma vez que a fidelidade ao material torna quase impossível produzir um bom filme e afastar-se dele desagradaria os fãs dos jogos.

Claro que hoje os jogos vêm aprimorando suas histórias, mas mesmo um jogo com a história bastante evoluída como Terror em Silent Hill não consegue ser melhor que assistível. Isso, porque as histórias dos jogos são interativas, enquanto em todas as outras mídias, incluindo a cinematográfica, elas são passivas (única coisa a fazer é sentar e deixar que tudo aconteça diante dos seus olhos). A industria do cinema ainda não criou a fórmula para este tipo de transição, mas isso é apenas uma questão de tentativa, erro e milhões de dólares. Então, quando eles chegarem lá veremos uma nova onda de adaptação de filmes baseados em jogos, assim como hoje somos inundados por aqueles adaptados de quadrinhos.

Abaixo vai uma lista que por incrível que pareça é bastante exaustiva de filmes adaptados de jogos.

Resident Evil - Degeneração
Final Fantasy
Resident Evil - Extinção
Hitman
Resident Evil - Apocalipse
Resident Evil - Recomeço
Sairen
Mortal Kombat
Lara Croft - Tomb Raider
Lara Croft - A Origem da Vida
Heróis Pokémon
Max Payne
Mutant Chronicles
Doom
Tekken
Oneechanbara: The Movie
DOA - Vivo ou Morto
Super Mario Bros
Wing Commander
Em Nome do Rei
Street Fighter
Double Dragon
In the Name of the King 2: Two Worlds
Far Cry
King of Fighters
BloodRayne
Bloodrayne: The Third Reich
Alone in the  dark

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Story

Substância, Estrutura, Estilo e os Princípios da Escrita de Roteiro




Para os interessados nas postagens sobre roteiro, que são algumas das que mais atraem visitantes ao blog, hoje vou dar a dica de um livro sobre o tema: Story Substância, Estrutura, Estilo e os Princípios da Escrita de Roteiro de Robert Mckee é considerado por muitos a bíblia dos roteiristas.Como leitor contumaz avalio o autor antes de decidir por ler qualquer obra sua. 


Assim, se vou indicar uma leitura, nada mais justo que também começar por aí. Robert Mckee é professor de escrita criativa, especializado em roteiro. Nada menos que 36 ganhadores do Oscar foram seus alunos, incluindo personalidades como Peter Jackson, Paul Haggis, David Bowie. Termino a apresentação deste autor notável, mencionando o fato de ele ser transformado em personagem do filme Adaptação (Spike Jonze, Charlie Kaufman), que conta a história de um roteirista em meio a um bloqueio criativo que é contratado para adaptar um romance. Na história o personagem principal recorre a Robert Mckee para ajudá-lo com seu trabalho.

A primeira coisa a saber sobre Story é que este livro não vai te ensinar a formatar um roteiro, ele não se preocupa minimamente com o tema. Até porque, hoje em dia, há dúzias de softwares que praticamente resolvem o problema (nos próximos dias eu pretendo escrever sobre um que venho usando). Então, sobre o que trata o livro?

Basicamente, o livro faz com o roteiro a mesma coisa que a química faz com a matéria, o divide sucessivamente até obter suas particulas mais básicas, começando em seguida a analisar como elas se relacionam umas as outras. Muitas vezes o livro chega a um nível de profundidade que o aspirante a roteirista pode acreditar desnecessário, mas que é, sem dúvida alguma, fundamental ao roteirista profissional.

Repleto de exemplos e demontrações o livro é indispensável a todos que desejam se aventurar na escrita de roteiros. Apesar de lidar muito mais com a substância do roteiro como o próprio título diz, o livro é totalmente voltado para a escrita de roteiros cinematográficos, sendo necessário alguma adaptação para seu uso em outras midias.

Não ganho um centavo por isso, mas caso tenha se interessado em comprar o livro, você  pode encontrá-lo aqui, aqui ou aqui

terça-feira, 5 de junho de 2012

Podcasts de Cinema


Ouço podcasts regularmente dos mais variados assuntos: variedades, história, ciências e especialmente cinema. Atualmente, escuto três podcasts sobre o tema, mas conheço alguns outros. Assim, deixarei aqui uma pequena lista deles com minha opnião sobre os mesmos. Caso você conheça algum outro podcast ou tenha uma opnião diferente da postada, escreva nos comentários. Só um último detalhe, os comentários que farei representam apenas MINHA OPNIÃO sobre os podcasts, não me odeiem por discordarem de mim.

Acredito que o Rapaduracast seja o podcast sobre cinema mais ouvido no Brasil. A edição é excelente; a música geralmente de bom gosto; e o time de suporte é realmente muito bom. Em especial, o Juca, o Thiago Siqueira e o Fábio Barreto. O podcast dá muita atenção ao cinema pipoca, mas também há espaço para a biografia de diretores, listas de indicações, compositores e composições para cinema e notícias. Coisas que fazem deste um dos podcasts mais completos que temos por aqui. O grande problema aqui é a dupla principal, Jurandir Filho e Maurício Saldanha, que são, aparentemente, incapazes de aceitar críticas negativas. Já os ouvi falando grosseiramente de ouvintes que lhes escreveram. E o Maurício tem o irritante hábito de querer que todas as suas opiniões prevaleçam. No geral os casts sem o Maurício são melhores do que aqueles onde ele está.

Matando Robôs Gigantes não é um podcast exclusivo de cinema. Dividido em quatro categorias: cinema, games, hqs e notícias (A Voz do Robô), fala apenas quinzenalmente sobre o tema. A estrutura é bastante simples, os episódios começam com a paródia de uma canção qualquer, depois discutem um filme, quase sempre em cartaz naquela semana. Após isso, expressam suas opniões sobre uma notícia a respeito de cinema. Até concluirem lendo e-mails e dando os recados existentes. Este podcast é, acima de qalquer outro atributo que possa ter, engraçado, boas tiradas e um pouco de desrespeito mutúo próprio dos grandes amigos, tornam este podcast um dos mais divertidos da podosfera. Seu ponto fraco é que nenhum dos membros do podcast parece conhecer profundamente a sétima arte. Assim que, as conversas geralmente referem-se apenas a opnião de seus participantes.

O podcast do Cinema em Cena é o mais jovem entre todos os citados neste post com menos de um ano de existência. Entretanto, seu blog foi o primeiro que acompanhei na vida, ainda que o tenha deixado de acompanhar há uns 5 anos. Ela ainda está criando sua própria fórmula e seus integrantes não parecem completamente a vontade diante do microfone. Já a qualidade das informações passadas é excelente, bem como muitos dos temas abordados são interessantes por si mesmos. Diferentemente dos anteriores, este não se preocupa tanto em divertir, algo que pode afastar o público mais jovem.

Bem, em terra brasilis, ainda conheço o Cine Masmorra. Com certeza este é podcast que mais se distância do cinema mainstream. Quando querem falar do trabalho de um diretor como Martin Scorcese, discutem sobre Os Duelistas ao invés de Taxi Driver (um de seus trabalhos mais aclamados e famosos ) ou A Invenção de Hugo Cabret (seu último trabalho). Talvez, por isso, eles sejam aquele com maiores problemas financeiros, tendo ainda de pedir doações a seus ouvintes, e com o maior tempo de download de todos os podcasts que escuto. Contudo, foi ali que conheci mais sobre cinema Coreano e Chinês. Além de receber algumas indicações que não consegui em nenhum outro lugar. Como o Matando Robôs Gigantes, este podcast parece ser gravado por pessoas sem conhecimento profissional da sétima arte, mas bastante mais preocupados com fatores técnicos que aqueles.  Finalmente, este é o posdcast mais eventual desta lista.

Filmspotting é um podcast em inglês com listas de filmes, listas de filmes e mais listas de filmes. Sinceramente, acho a maneira deles organizarem suas listas, geralmente com cinco indicações, um pouco desinteressante. Além disso, eles não são particularmente engraçados. Mas, por ser americano, tem a vantagem de, volta e meia, entrevistar pessoas interessantes, que os podcasts por aqui não têm a oportunidade de fazer, são atores, diretores, roteiristas. Algumas das entrevistas são realmente interessantes. Infelizmente, elas são um pouco menos frequentes do que eu gostaria.

El Octavo Pasajero é um programa de rádio espanhol, que disponibiliza a gravação dos seus programas para download. Aqui é importante frisar que este não é realmente um podcast. Assim, muitas das coisas que são gravadas fazem muito mais sentido na transmissão original do programa, como um jogo de advinhação. O programa em si é engraçado, com imitações e ridicularização. Principalmente, focado naquilo que está em cartaz e nas notícias. Agora, caso você seja um pouco sensível as minorias, talvez seja melhor você se manter distante deste aqui. Nos primeiros cinco programas que ouvi, eles falaram mal de negros, Sul Coreanos, Franceses, Ingleses e mesmo de espanhóis. Claro que eles estão apenas brincando, mas, de qualquer maneira, fica o aviso.